Paim alerta para demissões no Polo Naval do Rio Grande do Sul

Paim: “Por conta da situação da Petrobras, as empreiteiras que atuavam lá construindo as plataformas começaram a demitir”Em discurso feito na noite da última quarta-feira (4), o senador Paulo Paim (PT-RS), recém-eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), alertou que está dialogando com ministros para encontrar uma solução para evitar o sofrimento das famílias, já que cerca de 20 mil trabalhadores foram demitidos do Polo Naval do Rio Grande do Sul. “Por conta da situação da Petrobras, as empreiteiras que atuavam lá construindo as plataformas começaram a demitir. Muitas demitem e não pagam ninguém; somem”, denunciou.

Paim fez duras críticas ao conteúdo das medidas provisórias do ajuste fiscal, por entender que este não é o momento de retirar o 14º salário de quem ganha dois salários mínimos. O momento, segundo ele, também não é propício diminuir a possibilidade de quem está desempregado ter acesso ao seguro-desemprego, tendo de aguardar dezoito meses de trabalho e não seis meses como funciona hoje. Paim convidou a sociedade e movimentos sociais a refletir, por entender que no País “tudo é muito estranho”. “Disse isso numa reunião com ministros. É um País em que um governador se aposenta com salário integral com quatro aninhos de mandato. Não acho isso adequado; não acho certo e não acho correto. Devia ser proibido isso”, afirmou.

Na opinião do senador, quando o governo encaminhou para o Congresso Nacional a medida provisória 669, que iria aumentar as alíquotas da contribuição previdenciária das empresas, mexendo na questão do capital, a MP foi devolvida. “Nós alertávamos há muito tempo que, quando resolveram desonerar a folha de 20%, passando para o critério do faturamento bruto, aplicando-se alíquota de 1,5%, isso não ia cobrir os gastos da previdência. E não cobriu. A medida provisória que mexe no capital chegou e foi devolvida, mas outras duas que mexem no andar do subsolo, dos mais pobres, essas não foram para a devolução”, reclamou.

Caminhoneiros
Paim leu durante seu discurso carta recebida de Marcelo Grilo, caminhoneiro de Minas Gerais, pedindo que os senadores contribuam para que as reivindicações sejam atendidas pelo governo. Paim, que é considerado “irmão caminhoneiro”, disse que está otimista com a reunião agendada com o governo para o dia 10 de março. “Nós faremos de tudo para que as reivindicações sejam atendidas. Como aumentar o preço do diesel e não aumentar o valor do frete. Assim ninguém vive; é como o salário muito. Eu briguei muito para que o salário mínimo saísse de US$ 60 para os atuais US$ 350. Porque não se diz isso? Se subiu a inflação, aumenta o mínimo. Construímos uma política”, afirmou.

 

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