Paim desafia economistas a mostrar déficit gerado pela fórmula 85/95

Paim: Estou à disposição para ir a qualquer programa [de TV] para provar que vocês estão mentindo quando falam do fatorO senador Paulo Paim (PT-RS) desafiou, nesta terça-feira (16), aqueles que são contrários à fórmula 85/95 a provarem que esta gerará déficit à previdência. Essa fórmula soma a idade do trabalhador ao tempo de contribuição, devendo somar 85 anos para mulheres e 95 anos para homens. Segundo alguns economistas, esse novo modelo seria inicialmente benéfico, mas geraria déficits de trilhões de R$ 3,2 trilhões em 2060.

“Quero fazer um desafio aqui, não é nem para senador e deputado, mas para economistas, que dizem que entendem de previdência. Estou à disposição para ir a qualquer programa para provar que vocês estão mentindo quando falam do fator.”, disse Paim durante discurso ao plenário.

A validade da fórmula 85/95 no ato da aposentadoria depende do veto ou não da presidenta Dilma ao tema. A proposta foi incluída na Medida Provisória (MP) 664/2014, que altera as regras do auxílio doença e da pensão por morte. Pela emenda ao texto, a fórmula seria uma alternativa ao fator previdenciário ao contribuinte no momento da aposentadoria.

“Continuo fazendo apelo: presidenta Dilma, não faz sentido vetar esse projeto”, disse Paim, reiterando o pedido que vem fazendo no Senado desde a aprovação da proposta, em maio.

De acordo com o parlamentar, os argumentos favoráveis ao fator “não se sustentam”. Ele apresentou dados da Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) mostrando que a economia com o fator para a Previdência, em dez anos, foi de apenas R$ 10 bilhões, ante um orçamento de R$ 370 bilhões. Enquanto isso, a Previdência deixou de arrecadar R$ 60 bilhões com as medidas que garantiram a desoneração da folha de pagamento às empresas privadas, entre os anos de 2012 a 2015.

“Eu acho engraçado que, quando se foi desonerar a folha e o empregador deixou de pagar para a Previdência algo em torno de R$60 bilhões, não vi nenhum desses economistas dizer que aquilo iria quebrar a Previdência. Então, podem tirar R$60 bilhões de um ano para o outro, o que não quebra a Previdência? Mas, se, em dez anos, segundo esses cálculos, tirar um R$1 bilhão, quebrará a Previdência? Ah, vá plantar batatas, pelo amor de Deus!”, esbravejou o parlamentar.

Paim lembrou ainda que o fator foi criado com o objetivo de retardar a aposentadoria, mas isso não vem ocorrendo. Segundo ele, os brasileiros estão se aposentando antes dos 60 e continuam no mercado de trabalho. “O fator não causa qualquer efeito, porque além de não retardar a aposentadoria, garante que o trabalhador se aposente, com um salário menor, mas continue trabalhando”, explicou.

Na sequência ao discurso de Paim, a senadora Ângela Portela parabenizou o parlamentar pela defesa à fórmula. “Quero lhe parabenizar pela forma contundente, aguerrida com que vossa excelência tem defendido aqui os trabalhadores e aposentados do nosso País. Vamos torcer, vamos pedir à presidenta Dilma para que ela não vete essa fórmula que é tão importante para o poder de compra, de consumo e uma vida digna para os nossos aposentados, para os nossos pensionistas”, disse Ângela.

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