Paim: “Não se pode ter, em processo de tamanha gravidade e grandeza, pesos e medidas diferentes”O senador Paulo Paim (PT-RS) disse, nesta segunda-feira (14), em plenário, que “não tem como um homem público não se manifestar, ficar em cima do muro numa hora dessas”, em referência ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que tramita na Câmara dos Deputados.
“No meu entendimento, não se sustenta tecnicamente, politicamente e juridicamente essa questão do impeachment. Por isso, votarei contra, se tiver a oportunidade, no processo de cassação do mandato da presidenta”, posicionou-se o senador.
Para o senador, as questões de ordem orçamentária e fiscal apontadas no pedido de impeachment, a exemplo das chamadas pedaladas fiscais, não podem jamais ser consideradas suficientes para abertura de qualquer processo dessa natureza.
“[As pedaladas] foram praticadas regularmente nos governos anteriores, como, por exemplo, no governo do PSDB. Não se pode ter em processo de tamanha gravidade e grandeza, pesos e medidas diferentes”, destacou.
Na situação atual, segundo Paim, o expediente do impeachment transformou-se no “cavalo de batalha das ambições políticas individuais de alucinados delírios de poder”.
“O momento atual pede responsabilidade e espírito público de todos os políticos do País. Os representantes do Parlamento não podem se omitir. Nenhuma democracia sobrevive sem estabilidade política e previsibilidade legal. Precisamos reagir. Vamos trabalhar”, destacou.
Apesar das discordâncias que demonstrou ao longo do ano com a política econômica adotada pelo governo federal em 2015, o senador Paulo Paim enfatizou que não se pode misturar a divergência com o processo de impeachment.
“Defender a democracia e uma presidenta democraticamente eleita é outra coisa. Não vamos fazer confusão”, disse. “O mais importante é resolvermos essa questão pensando no país. Terminar esse debate infernal que não leva a nada”, emendou.
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