Gleisi: “Eles [HSBC] não podem deixar o Brasil, como se estivessem deixando uma colônia de férias”A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) demonstrou preocupação, nesta quinta-feira (25), com o recente anúncio do banco HSBC, de que pretende encerrar suas atividades no Brasil. A preocupação da senadora se deve ao fato de que a sede do banco no País se encontra na capital paranaense, Curitiba.
Para Gleisi, o encerramento das atividades do banco inglês no Brasil pode representar um grande baque na economia paranaense e na empregabilidade da capital do estado.
O banco informou que cortará 50 mil postos de trabalho. Metade deles nas filiais do Brasil e da Turquia, e a outra metade de outras agências espalhadas pelo mundo.
No território brasileiro, relatou a senadora, o banco tem 853 agências, 21.479 funcionários. Alguns deles trabalham no Brasil para outras agências da América Latina. No estado do Paraná o banco emprega 11 mil trabalhadores, sete mil só na capital.
Segundo informações publicadas na imprensa, a instituição explicou aos investidores que a saída do mercado brasileiro ocorre porque, para ser um dos três maiores bancos do País, teria de multiplicar o total de ativos por seis. O outro argumento apresentado refere-se às exportações que, no Brasil, são comparativamente menores que outros mercados e que a casa seguirá com as portas abertas.
“Independente das razões mercadológicas da empresa é absolutamente fundamental que esse processo de venda ou transferência de ativos seja acompanhado de perto pelas autoridades nacionais, no sentido de buscar assegurar a máxima manutenção dos empregos nos locais em que se encontra”, salientou.
A senadora ainda destacou em seu discurso, que, se for necessário, será criada uma comissão destinada a visitar o presidente mundial do HSBC para explicar, além dos motivos do encerramento das atividades no Brasil, os problemas nos quais a instituição está envolvida e que são alvo de uma CPI no Senado.
“Eles não podem deixar o Brasil, como se estivessem deixando uma colônia de férias”, enfatizou.
Rafael Noronha
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