Passados dois anos, Mais Médicos mostra que resultados venceram preconceito

Passados dois anos, Mais Médicos mostra que resultados venceram preconceito

Em cerimônia que comemorou o aniversário do programa, presidenta afirma que o “Mais Especialidades” será a próxima etapaOs primeiros estrangeiros de jaleco branco desembarcaram no aeroporto de Brasília em 2013. Foram recebidos com desprezo pela oposição, com rejeição por muitos colegas brasileiros e com certa desconfiança pela população. Passados dois anos, o Programa Mais Médicos, consolidado, tem a aprovação maciça dos pacientes e o respeito da população. E, aliados a profissionais brasileiros, os médicos cubanos já atendem 63 milhões de pessoas que estavam distantes de qualquer possibilidade de atendimento às necessidades básicas de saúde.

Hoje, 84% da população aprovam o programa. 54% dos pacientes atendidos dão nota 10 para a atenção recebida. Sobre a “temida” (pelos adversários do programa) dificuldade de comunicação entre os médicos estrangeiros e a população com menos educação formal, o resultado é que 84% dos usuários dizem não ter qualquer dificuldade de entendimento. Ou, como definiu uma paciente, “o tradutor é o coração”.

Nesta terça-feira (4), em cerimônia que comemorou os dois anos do programa, a presidenta Dilma Rousseff agradeceu a participação dos profissionais de Cuba, “que deram mostra, junto com o governo cubano, de solidariedade, profissionalismo, atendimento absolutamente humanizado”.  A plateia, composta em sua maioria de médicos e estudantes de Medicina, aplaudiu com veemência.

Hoje, são 18.240 médicos do programa presentes em todos os municípios brasileiros. “Podemos dizer que, pela primeira vez em 515 anos, há equipes completas de saúde em 34 distritos indígenas”, acrescentou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

O perfil dos profissionais de saúde engajados no programa já começa a mudar. Na última chamada para o Programa, a totalidade das 4.139 vagas foram preenchidas por brasileiros. “Continuamos defendendo médicos formados no exterior para garantir o atendimento. No entanto, o engajamento dos médicos brasileiros vem sendo crescente. Na seleção que fizemos este ano, todas as vagas foram preenchidas por brasileiros. Isso é algo a comemorar, porque mostra efeito extremamente positivo do Mais Médicos”, disse a presidente.

Os que criticaram o programa no início, como os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Aécio Neves (PSDB-MG) que acusaram a proposta de ser mera jogada de marketing, hoje se veem confrontados com dados que demonstram a importância dessa nova ação de saúde.  “É um dos programas que tem, talvez, o maior percentual de aprovação do ponto de vista dos brasileiros e das brasileiras, ou seja, é um programa que atende ao interesse público; é um programa que enfrenta um dos mais graves problemas que temos em todo o canto, em toda a parte, em toda a casa, em toda a família, que é o problema de saúde”, definiu o senador Jorge Viana (PT-AC), em pronunciamento ao plenário, logo após a cerimônia.

Especialistas

 O Mais Médicos é um novo degrau nesse desafio. O próximo, será o lançamento do Mais Especialidades, que começa a se configurar com a criação do Cadastro Nacional de Especialidades e a autorização para concessão de três mil novas bolsas de residência médica para que os graduados em Medicina possam se especializar. Das novas vagas, 75% são para ampliar a formação de médicos especialistas em Medicina Geral de Família e Comunidade, que atuam mais perto da população.

As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão prioridade nas bolsas para corrigir o déficit histórico de profissionais nessas regiões. A medida integra o Programa Mais Médicos, voltado à expansão e à melhoria da formação médica. Do total ofertado, duas mil serão financiadas pelo Ministério da Saúde e mil pelo Ministério da Educação.

“É o segundo passo, que faremos. É mais complexo, mas nós conseguimos hoje uma ação sistêmica que vai permitir da consistência ao Mais Especialidade”, assegurou a presidenta.

O cadastro vai permitir que o governo saiba exatamente quantos especialistas se formam em cada área e quais os setores mais carentes. “É uma ferramenta importante para o planejamento do Mais Especialidades. Para enfrentar o problema da falta de médicos e definir em quais áreas necessitamos crescer precisamos contar com as informações do cadastro”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

“A parceria entre Saúde e Educação tem sido expressiva para consolidar o nosso Sistema Único de Saúde. O Mais Médicos vai além de atender as pessoas, o programa tem outros dois eixos tão importantes, como a melhoria do SUS e a formação qualificadas dos novos profissionais de medicina. Com o andamento do programa, já estamos conseguindo alguns indicadores como a redução da mortalidade infantil, mas queremos ampliar os impactos”, destacou a presidenta.

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, acredita que entre os aspectos mais importantes do programa está a humanização do atendimento. O médico precisa se transformar em um especialista em gente”, afirmou.

Até 2017, a intenção do governo é criar 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência médica para formação de especialistas com foco em áreas prioritárias para o SUS.

Giselle Chassot

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