Projeto do PT

Paulo Paim apresenta proposta para ampliação da política de cotas

Senador propõe a ampliação da Lei de Cotas com revisão a cada década dos efeitos das ações afirmativas promovidas pela legislação. “O país precisa manter esse processo de inclusão social”, defende Paim
Paulo Paim apresenta proposta para ampliação da política de cotas

Foto: Alessandro Dantas

O senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou o Projeto de Lei (PL 4656/2020) com intuito de estender a validade da Lei de Cotas (Lei 12.711/2022) que perde a validade em 2022.

A legislação, destaca Paim, não previu prazo para a extinção da Lei de Cotas,  mas previu que, no prazo de dez anos, seria promovida a revisão do programa  especial para o acesso às instituições de educação superior de estudantes pretos, pardos e indígenas e de pessoas com deficiência, bem como daqueles  que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

Assim, caso aprovado o PL 4656, a Lei de Cotas passará por uma revisão a cada dez anos. Para que sejam superadas dificuldades no monitoramento da Lei de Cotas, o senador também propõe tornar obrigatório, no ato da matrícula, a informação da classificação racial do aluno, segundo a metodologia adotada pelo Censo do Ensino Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

“A Lei das Cotas vence em 2022. O país precisa manter esse processo de inclusão social. Apresentei o projeto para assegurar a sua continuidade e sua aplicação às instituições particulares de ensino, às Instituições Federais de Educação Superior e de Ensino Técnico de Nível Médio”, explicou o senador.

Segundo estudo de Renato Schwambach Vieira e MaryArends-Kuenning, publicado em dezembro de 2019, os programas de ação afirmativa adotados  no Brasil nos anos 2000, durante os governos do PT, foram eficazes para aumentar a matrícula de estudantes de grupos desfavorecidos em universidades públicas brasileiras, especialmente em programa altamente competitivos, e que um aumento significativo no número de matrículas de negros só foi observado para as universidades que adotaram critérios raciais explícitos em seus programas, como demanda a Lei de Cotas.

Ao mesmo tempo, o desempenho de alunos cotistas, como demonstram pesquisas realizadas desde então, tem se mostrado praticamente igual ao de alunos não-cotistas, desmontando o argumento de que a Lei de Cotas promoveria um “rebaixamento” da qualidade dos profissionais egressos do sistema de ensino.

“Sem a implementação de outras medidas que assegurem o acesso a ensino  de qualidade nos demais níveis de educação, sem a ampliação de políticas de redução da desigualdade de renda e redução da miséria, que voltaram a crescer no Brasil desde  2016, a extinção  das cotas seria um pesado golpe  nas camadas mais necessitadas e discriminadas da população”, destaca Paulo Paim.

Confira a íntegra do projeto

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