sob nova direção

Petrobras aprova Jean Paul Prates para presidente

Com mais de 25 anos de experiência na área, ex-senador quer fortalecer petrolífera e, também, buscar transição energética para fontes renováveis
Petrobras aprova Jean Paul Prates para presidente

Foto: Alessandro Dantas

Agora só falta assumir. O nome de Jean Paul Prates (PT) para a Presidência da Petrobras foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração da estatal nesta quinta-feira (26). Também nesta quinta, o Diário do Senado trouxe a renúncia do então senador, cujo mandato pelo Rio Grande do Norte acabaria daqui a cinco dias. Por enquanto, ele será presidente interino da Petrobras, já que, pelas regras da empresa, deve haver confirmação por parte da Assembleia de Acionistas, ainda sem data para ocorrer.

O próximo passo é trabalhar para alterar a composição do Conselho de Administração, que tem cinco representantes do governo, quatro dos acionistas minoritários e um dos funcionários. A troca de cadeiras no Conselho permitirá mudar a política da petroleira, uma vez que entre os papeis do órgão estão a análise de plano de negócios e estratégias e a revisão de políticas da estatal.

E mudar a política atual está na ordem do dia de Jean Paul Prates. Ele descarta a interferência direta no setor, mas defende a adoção de estoques reguladores e a substituição do modelo de PPI (Preço de Paridade Internacional) nos combustíveis por uma conta de compensação que use valor de referência para amortecer o impacto dos reajustes, hoje vinculados ao preço do petróleo no exterior. Também quer ver a Petrobras investindo no aumento da capacidade de refino, na ampliação de plantas e na produção de energias renováveis, com especial atuação no setor de hidrogênio verde e biocombustíveis e no de energia eólica offshore (em alto-mar).

Matriz eólica
Esse tipo de energia há anos interessa ao novo presidente da Petrobras. Ele próprio participou da instalação do parque eólico do Rio Grande do Norte, tendo sido secretário estadual de Energia entre 2007 e 2010. O esforço deu resultado, e o parque potiguar vem registrando seguidos recordes de potência instalada. Agora, em 2023, mais um tento no estado Jean Paul Prates representou por quatro anos: mais 14 parques eólicos entraram em operação comercial. Instalados nos municípios de Lajes, Pedro Avelino, Jandaíra, Caiçara do Rio do Vento e Pedra Preta, eles totalizam 579,6 MW em potência instalada.

“Com o início da operação destes novos parques, o Rio Grande do Norte quebrou a barreira de 7 GW em potência instalada. Cabe lembrar que o estado foi o primeiro a bater os recordes sucessivos de 1 a 6 GW, ao longo dos ultimos anos, desde 2014. Atualmente, o estado potiguar tem, em seu território, 7,43 GW em potência eólica instalada em operação comercial, por meio de 240 empreendimentos. Apenas o estado do Rio Grande do Norte detém cerca de 32% de toda a potência eólica instalada no Brasil”, comemorou Jean Paul Prates, que agora mira a produção de energia eólica em alto-mar.

De olho na dianteira mundial da Petrobras em exploração off shore de petróleo, Jean Paul Prates projeta o mesmo sucesso – e com os menores preços de custo – na produção de energia eólioca em alto-mar.

Gasolina alta
Na contramão dos planos do novo presidente, a política da Petrobras, nos últimos anos, foi de desinvestimento e dependência do mercado externo de derivados. Na véspera da aprovação do nome de Jean Paul Prates, a Petrobras anunciou aumento de 7,46% no preço da gasolina vendida às distribuidoras, elevando de R$ 3,08 para R$ 3,31 o preço do litro do combustível. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu.

“Reajuste da gasolina acontece antes de Jean Paul assumir a Petrobras. Notícia é de que foi pressão dos acionistas. Nosso compromisso é pôr fim à dolarização e à política de venda dos ativos. Riquezas da estatal deverão ser partilhadas com o povo brasileiro, que é o seu dono”, pregou a deputada.

Larga experiência
Advogado, economista e empreendedor, Jean Paul Prates acumula experiência de mais de 25 anos no setor de óleo e gás. Fez parte da assessoria jurídica da Petrobras internacional (Braspetro) e foi secretário de Energia do Rio Grande do Norte por 4 anos. Também foi um dos responsáveis pelo marco regulatório da abertura do mercado de petróleo, em 1997.

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