Violência política

PT no Senado reage à escalada de violência política

Senadores se solidarizam com a vice-presidente da Argentina que foi vítima de tentativa de assassinato. Números também mostram escalada da violência política em solo nacional
PT no Senado reage à escalada de violência política

Arte: site do PT

Os senadores da bancada do PT reagiram com firmeza após as ocorrências de violência política registrados pelo Brasil nessa última quinta-feira (2). Mas, os ataques desta natureza avançaram, e a política de disseminação do ódio contra adversários políticos ultrapassou as fronteiras.

Na noite de ontem, na Argentina, a vice-presidente Cristina Kirchner foi alvo de uma tentativa de assassinato por parte do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos.

Foto: Reprodução

Kirchner acenava para simpatizantes em frente à sua residência, no bairro da Recoleta, quando o brasileiro tentou disparar uma arma contra seu rosto. Fernando, que foi preso, tem uma tatuagem de cunho nazista e já foi advertido por carregar um facão no país vizinho no ano passado. Em suas redes sociais, que foram retiradas do ar, Fernando fazia comentários em defesa do atual governo.

O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), externou solidariedade à “mulher guerreira e corajosa” que é Cristina Kirchner após a tentativa de assassinato.

O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), classificou como “gravíssimo” o ataque contra a vice-presidente da Argentina. “A política do ódio precisa ter um fim. Nosso repúdio à violência e toda a nossa solidariedade à Cristina”, disse Humberto.

O senador tem trabalhado na CDH para que os casos de violência política no Brasil tenham a devida investigação e punição para os envolvidos. Além disso, foi criado um canal para o recebimento de denúncias pelo email: [email protected].

O vice-presidente da CDH, senador Fabiano Contarato (PT-ES) também manifestou solidariedade à colega argentina e afirmou que o episódio precisa ter uma punição exemplar. “O grave atentado exige repúdio das autoridades e punição exemplar ao responsável. A violência política é intolerável”, destacou.

Já no solo brasileiro, o reflexo da necropolítica espalhada pelo atual governo nos últimos anos, em conjunto com a liberação sem nenhum critério para compra de armas de fogo, tem feito ocorrer uma escalada dos casos de violência política.

No dia 9 de julho, em Juiz de Fora, um militante bolsonarista invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda e efetuou diversos disparos contra o aniversariante. O motivo do ataque, ocorrido no Paraná, era exclusivamente o tema da festa de Arruda. A decoração da festa era uma homenagem ao PT. Fato que irritou o assassino e o levou a matar Arruda.

Mas o dia de ontem mostrou que a violência política vai se agravando à medida em que se aproximam as eleições gerais de outubro. Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, atropelou e derrubou a moto de um entregador após sair de uma universidade na Zona Sul de São Paulo. Por sorte, o motociclista estava ao lado da motocicleta e não foi atingido. Salles fugiu sem prestar qualquer tipo de ajuda ao trabalhador.

Também em São Paulo, no dia de ontem, o deputado estadual Roque Barbiere, efetuou um disparo de arma de fogo dentro da sede do PSDB, no bairro dos Jardins. O motivo para o disparo teria sido o atraso na realização de uma reunião da qual o deputado participaria.

“Em 3 anos, o Brasil chegou a 46 milhões de permissões para a compra de armas. A cada dia, a violência e o ódio aumentam, se espalham pelo país inteiro. Pregam a discórdia e a intolerância. Basta! Precisamos de paz”, declarou o senador Paulo Paim (PT-RS).

Dados comprovam aumento da violência política
O Observatório da Violência Política e Eleitoral, que é integrado por pesquisadores do Grupo de Investigação Eleitoral (Giel) da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) aponta que o número de casos de violência no primeiro semestre deste ano superou os registrados do mesmo período das eleições municipais de 2020. Já são 214 casos ante 174 há dois anos, um aumento de 23%.

Considerado apenas o primeiro trimestre deste ano, em comparação aos primeiros três meses de 2020, o aumento foi ainda maior, 28% a mais do que no mesmo período das eleições municipais.

Segundo o estudo, a violência mais frequente foi ameaça, com um registro de 37 ocorrências (36,6%). Logo atrás, foram identificados casos de agressão, com 27 casos (26,7%) e homicídios, com 19 casos (18,8%).

TSE oficializa núcleo para combate à violência política
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializou nesta semana a criação de um núcleo de inteligência que vai atuar em parceria com comandantes-gerais das polícias militares dos estados para “instrumentalizar o enfrentamento à violência política no processo eleitoral de 2022”.

 

Confira outras manifestações de solidariedade à Cristina Kirchner

 

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