Preconceito

Regina sobre machismo: “ricos podem dizer que foi brincadeirinha”

Para a senadora, governo deveria tomar providências sobre demonstrações de machismo de brasileiros à jovem russa
Regina sobre machismo: “ricos podem dizer que foi brincadeirinha”

Foto: Alessandro Dantas

As demonstrações de machismo explícito promovidas por torcedores brasileiros contra uma jovem russa indignaram a  senadora Regina Sousa (PT-PI). Repetidas à exaustão, as imagens divulgadas pelos próprios autores mostravam o grupo que, se aproveitando do fato de que a moça não fala português, a induziam a repetir palavrões e se dirigiam a ela com palavras grosseiras.

Para a senadora, o governo brasileiro deveria tomar providências. Regina defende que a  violência que  praticada na Rússia é a mesma que é considerada “apenas uma brincadeira” no Brasil.  “Eu fico pensando, perguntando, se aqueles meninos, aqueles rapazes lá, têm mãe, têm irmãs, têm filhas. Ali, deve ter alguns que têm até filhas pequenas, e eu espero que estejam bastante envergonhadas daquela atitude. Eu acho que o Brasil, a embaixada brasileira, tinha que tomar providência de, pelo menos, punir aqueles rapazes, tirando-lhes o direito de continuar a ver a Copa, mandando eles de volta”, sugeriu.

A parlamentar acredita que o machismo e a violência contra a moça russa são o reflexo de hábitos aprendidos em casa. “Ninguém esquece que, em 2014, um estádio inteiro ouviu grosserias semelhantes desferidas contra a presidenta da República e ninguém disse nada. Então, aquelas pessoas ficaram respaldadas para repetir aquelas atitudes com qualquer mulher, com todas as mulheres”, lamentou.

Vencer o machismo é um desafio que, na opinião de Regina Sousa, só pode ser conquistado por meio da educação. “Machismo virou brincadeira no Brasil e é por isso que temos 13 mulheres mortas todo dia por feminicídio; e é por isso que temos 135 pessoas estupradas todo dia, sendo metade menores de 13 anos. Porque aos ricos é dado o direito de dizer que é brincadeirinha. Se fosse um pobre, talvez o tratamento fosse diferente”, concluiu.

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