segurança pública

Rogério Carvalho apresenta projeto para criminalizar domínio territorial por facções e milícias

Texto prevê penas de até 15 anos de prisão para facções e milícias que impõem sua autoridade à margem do Estado

Daniel Gomes

Rogério Carvalho apresenta projeto para criminalizar domínio territorial por facções e milícias

Proposta apresentada pelo senador Rogério Carvalho altera a Lei das Organizações Criminosas para tipificar a imposição de domínio territorial por meio de violência ou grave ameaça

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou nesta semana o Projeto de Lei (PL 1345/2025), que altera a Lei 12.850/2013, para criar um novo tipo penal específico contra organizações criminosas que exercem domínio territorial sobre comunidades. O texto prevê penas de até 15 anos de prisão para facções e milícias que impõem sua autoridade à margem do Estado.

“A ocupação de territórios por grupos criminosos compromete a segurança pública, viola direitos fundamentais e enfraquece o próprio Estado. Precisamos de instrumentos legais mais eficazes para enfrentar essa realidade”, afirma Rogério Carvalho.

Domínio territorial vira crime com penas de até 10 anos
O PL propõe a inclusão do artigo 2º-A na Lei das Organizações Criminosas, tipificando como crime a imposição de domínio territorial por meio de violência ou grave ameaça, restringindo a liberdade de moradores e impedindo a circulação de pessoas e bens. A pena prevista é de 5 a 10 anos de reclusão, além de multa.

Para o senador, o objetivo é “colocar um freio na atuação de grupos que cobram taxas ilegais, impõem toque de recolher e criam um verdadeiro estado paralelo”.

Infraestruturas críticas sob proteção especial
Rogério explica que o texto prevê penas mais severas, de 8 a 15 anos de prisão, para casos em que o crime envolva o controle de infraestruturas essenciais, como:

  • Transportes públicos
  • Hospitais e unidades de saúde
  • Escolas
  • Redes de energia elétrica
  • Instalações militares
  • Campos de petróleo e gás
  • Instituições bancárias

“Esses grupos não apenas ameaçam a população, mas também buscam controlar serviços essenciais, criando uma dependência criminosa. Isso não pode ser tolerado”, ressalta o senador.

Agravantes endurecem penas para líderes criminosos
Além das punições básicas, o projeto prevê aumento de pena de 1/6 a 2/3 nos seguintes casos:

  • Uso de crianças ou adolescentes para atividades criminosas
  • Porte ou uso de armas de fogo
  • Envolvimento de funcionários públicos
  • Remessa de recursos para organizações criminosas no exterior
  • Ligação com facções internacionais

Segundo Carvalho, o fortalecimento da legislação é fundamental para desmantelar essas redes. “Os líderes do crime organizado precisam saber que a Justiça será implacável com quem se apropria de territórios e oprime comunidades inteiras.”

Investigação mais eficiente e combate ao crime organizado
O senador destaca que a proposta permitirá o uso de técnicas avançadas de investigação, como:

  • Interceptação de comunicações
  • Infiltração de agentes da polícia
  • Colaboração premiada

“A criminalidade se modernizou e o Estado precisa responder à altura. Esse projeto garante que nossas forças de segurança tenham as ferramentas adequadas para enfrentar o crime organizado de maneira mais eficaz”, argumenta.

Para Rogério Carvalho, o projeto representa um passo decisivo no enfrentamento ao crime organizado no Brasil. “O país precisa recuperar o controle sobre seus territórios e garantir que a lei seja cumprida em cada esquina, sem exceção”, concluiu.

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