Solução para a crise

Senado conclui votação do orçamento de combate à pandemia

Senado concluiu votação do chamado “Orçamento de Guerra”. Bancada do PT no Senado promoveu melhorias no texto como cláusula de manutenção de empregos nas iniciativas do governo
Senado conclui votação do orçamento de combate à pandemia

Foto: Agência Senado

O plenário do Senado concluiu nesta sexta-feira (17), a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 10/2020) – conhecido como Orçamento de Guerra – que segrega do Orçamento Geral da União os gastos decorrentes dos efeitos da pandemia do novo coronavírus. A proposta segue para análise da Câmara dos Deputados.

Durante a tramitação da proposta no Senado, a bancada do PT apresentou diversas propostas de melhorias ao texto aprovado. Algumas delas, como a cláusula para manutenção de empregos nas iniciativas do governo, foram acatadas pelo relator da proposta, senador Antônio Anastasia (PSD-MG).

“Temos o entendimento da necessidade de votar essa medida, da necessidade de garantir liquidez ao mercado. Mas esse também é o momento em que precisamos chegar com recursos aos trabalhadores, amenizar a vida dos trabalhadores e garantir a manutenção dos empregos e salários”, afirmou o senador Rogério Carvalho (SE), líder da bancada do PT, durante a votação da proposta em primeiro turno, na última quarta-feira (15).

Outra emenda acolhida, apresentada pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), proíbe as instituições apoiadas pelas medidas emergenciais de utilizarem recursos para pagamento de bônus e dividendos aos seus funcionários.

Assim, a bancada do PT no Senado conseguiu mitigar danos, para que a intervenção do Banco Central (BC) no mercado tenha controle, transparência e foco na manutenção de empregos e salários.

Após pressão da bancada do PT e da Oposição, o governo anunciou a revogação de dispositivo constante na Medida Provisória (MP 930) que afastava a responsabilização de diretores e servidores do Banco Central por atos praticados no exercício de suas funções durante a pandemia do novo coronavírus.

Também foram adicionadas regras para que as operações sejam feitas como, por exemplo, a determinação que os títulos comprados pelo Banco Central devam ter uma qualidade mínima aferida por agências de classificação de risco, inserir mecanismos de transparência paras as operações e a retirada de previsão de o Tesouro Nacional fazer aportes de 25% do volume de créditos contratados pelo Banco Central, essa última, emenda sugerida pelo líder do PT, senador Rogério Carvalho.

O texto que segue para a Câmara dos Deputados ainda retirou a previsão de criação de um comitê de crise que, segundo alguns parlamentares poderia dar poderes em demasia ao presidente da República.

“Todas as medidas necessárias para o combate a pandemia estão amparadas por essa proposta”, destacou o senador Rogério Carvalho.

Menos recursos para o SUS
Ainda durante a votação em primeiro turno, o governo Bolsonaro orientou voto contrário à emenda apresentada pelo senador Rogério Carvalho e destacada para votação pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN) destinada ao descongelamento do piso do Sistema Único de Saúde (SUS).

A proposta poderia evitar que o SUS, fundamental no combate a pandemia no Brasil, acabe com R$ 14 bilhões a menos na proposta orçamentária de 2021 em relação ao orçamento deste ano.

O quadro de subfinanciamento do SUS tem sido agravado anualmente em decorrência da emenda constitucional 95 – teto de gastos – que limita os investimentos públicos.

“Essa proposta foi feita para retirar o gasto com a saúde pública do limite de teto imposto pela emenda 95. Esse limite nos últimos três anos já retirou mais de R$ 22 bilhões do orçamento do SUS. Se estamos falando em pandemia e emergência, precisávamos criar a exceção para os recursos da saúde pública já que a proposta de orçamento para 2021 será votada ainda em meio a pandemia”, argumentou a senadora Zenaide Maia.

 

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