O Senado promoveu nesta quarta-feira (10/7), no Plenário, uma sessão para entrega da Comenda Dom Hélder Câmara, destinada a personalidades e instituições que contribuíram e contribuem para a promoção de direitos humanos no país.
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O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, foi um dos homenageados. Paim é autor e relator de importantes legislações, como o Estatuto da Pessoa Idosa, o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Lei de Cotas.
Durante a homenagem, Paim destacou que o Brasil ainda tem muitos desafios pela frente, e ressaltou a importância de ações contínuas para promoção dos direitos humanos.
“Procurei estar na mesma toada com a população. Sempre é bom se colocar no lugar do outro e sentir as suas dores, as suas perdas, as suas preocupações. Entender os sentimentos e as emoções como se estivéssemos vivenciando a mesma situação. Assim pensava e agia dom Hélder Câmara”, disse o senador.
A senadora Teresa Leitão (PT-PE), presidente da sessão, enfatizou o papel do senador Paulo Paim na defesa dos direitos humanos no Congresso Nacional.
“Paulo Paim é o nosso decano. É imensa a satisfação, porque ele também é uma inspiração para todos nós que chegamos ao Senado há pouco tempo, de homenageá-lo e, no meu caso pessoal, que sou correligionária do senador, coincidentemente estar presidindo esta sessão”, destacou a senadora.
Outro agraciado com a homenagem foi o atual ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida. Ele é fundador do Instituto Luiz Gama, organização de direitos humanos voltada à defesa jurídica da minorias e de causas populares.
Além deles, também foram agraciados:
- o professor Antônio Augusto Cançado Trindade (in memoriam), jurista e acadêmico reconhecido na área do Direito Internacional e dos Direitos Humanos, que atuou como juiz na Corte Interamericana de Direitos Humanos e no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia.
- o analista Rafael Régis Azevedo, atuante na causa das doenças raras, que impactou a vida de muitas pessoas, incentivando o cuidado e apoio a essa população.
- e, por fim, o Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC/Recife-PE), uma entidade sem fins lucrativos com sede em Recife, que tem se dedicado a preservar e divulgar o legado de dom Hélder Câmara.
“Dom Hélder é conhecido como o Dom da Paz, porque a sua firmeza, as suas convicções fortes, as suas posições, às vezes até duras, nunca deixaram de lado a perspectiva do afeto, do amor e da construção da paz. Por isso é que o Senado, a meu ver, foi muito generoso e ao mesmo tempo muito feliz ao idealizar esta Comenda de Direitos Humanos, denominada Comenda Dom Hélder Câmara”, enfatizou a senadora Teresa Leitão.
Dom Hélder Câmara
Bispo católico e um dos fundadores da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é lembrado por sua defesa dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro. Ele foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz. Nascido no Ceará, destacou-se como arcebispo de Olinda e Recife entre 1964 e 1985, período durante o qual promoveu uma igreja voltada para os pobres e defendeu a não violência. Após a sua aposentadoria, ele viveu nos fundos da Igreja das Fronteiras, em Recife, até a morte, em 1999, aos 90 anos.