O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou nesta segunda-feira (23), véspera da data de votação da reforma da Previdência (PEC 6/2019) em plenário, que os senadores ainda podem fazer os ajustes necessários a fim de diminuir o grau de prejuízos que os trabalhadores mais vulneráveis terão caso a proposta se torne lei.
“Tenho dito que ela trará, da forma como está, um prejuízo enorme aos trabalhadores da área pública e privada, aos futuros aposentados e aqueles que já estão aposentados. Se assim o fizermos, aprovarmos a reforma, estaremos trazendo prejuízo para, no mínimo, 100 milhões de brasileiros. Tenho esperança de conseguir alterar os pontos mais graves e cruéis que retiram direitos dos trabalhadores”, disse.
Paim defendeu a alteração da proposta relatada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) em pontos como: a exigência de tempo mínimo de contribuição, fim da aposentadoria especial e o fim da integralidade para a aposentadoria por incapacidade ou invalidez.
“Ainda há tempo. Podemos alterar a proposta em pontos específicos. Hoje a pessoa aposenta com salário integral, não importa que tenha 15, 20 ou 25 anos de contribuição. Nesse caso, de invalidez, o cidadão vai se aposentar somente com 60% da média das contribuições de toda a vida laboral. Vai dar um cálculo final de praticamente metade do valor que você teria direito hoje ao ficar incapacitado para o trabalho”, alertou.
Retirada de direitos dos mais pobres
Na avaliação do senador Paulo Rocha (PT-PA) é inadmissível o governo de um país com tantas riquezas como o Brasil realizar uma reforma do sistema previdenciário para “retirar direitos já conquistados” dos trabalhadores.
“O governo que representa os interesses das elites e dos grandes grupos econômicos vem com o discurso da necessidade de realização da reforma para resolver o problema do desenvolvimento econômico”, criticou o senador, lembrando que esse mesmo discurso foi utilizado após o golpe de 2016 para defender a aprovação da reforma trabalhista.
“Se querem resolver o problema do déficit público que busquem recursos em outro lugar, não do trabalhador, dos mais pobres. Basta taxar as grandes fortunas, os banqueiros que se encontra dinheiro suficiente para o problema do déficit público”, enfatizou.
Leia mais:
Reforma da Previdência vai ampliar desigualdade e pobreza
Senadores alertam para riscos sociais e econômicos da reforma