É preciso derrotar o golpe para defender o Sistema Único de Saúde, diz Fátima

É preciso derrotar o golpe para defender o Sistema Único de Saúde, diz Fátima

Fátima denuncia que golpistas defendem expansão da saúde privada para reduzir os gastos do governo com o Sistema Único de SaúdeA senadora Fátima Bezerra (PT-RN), em artigo publicado na semana passada no Novo Jornal, denunciou novamente o que está em jogo no golpe contra a presidenta Dilma: retirar direitos sociais dos brasileiros. Exemplos desses retrocessos não faltam, como uma recente colocação do ministro interino da Saúde, Ricardo Barros, que deixa subentendido o compromisso dele com os planos de saúde privados. 

“O ministro não teve nenhum pudor de defender a expansão da saúde privada como forma de reduzir os gastos do governo com o Sistema Único de Saúde [SUS]”, criticou a parlamentar. 

Fátima acredita que não resta dúvida de que o governo ilegítimo de Michel Temer aderiu à lógica do Estado mínimo e pretende sucatear e privatizar o SUS. 

Artigo: Derrotar o golpe para defender o Sistema Único de SaúdeFátima Bezerra 

Na última terça-feira (05/07), a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal promoveu uma importante audiência pública sobre o Sistema Único de Saúde, com a presença de representantes da CNBB, do Grito dos Excluídos, CEBES, Comissão Brasileira de Justiça e Paz, ABRASCO, IPEA, Fiocruz, FENAFAR, Conselho Nacional de Saúde, estudantes, professores e militantes da saúde. 

Na ocasião, debatemos as principais iniciativas do governo provisório que afetam diretamente o Sistema Único de Saúde, com destaque para a Proposta de Emenda à Constituição nº 241/16, que paralisa o crescimento real dos gastos públicos com saúde, educação e demais áreas sociais durante nada menos do que 20 anos, ao limitar o crescimento dos gastos públicos ao crescimento da inflação do ano anterior. Na prática, a proposta elimina uma importante conquista assegurada na Constituição, que é a vinculação de um percentual mínimo das receitas a saúde e educação. 

No dia seguinte, quarta-feira (06/07), em audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Ricardo Barros – empresário, engenheiro civil e ministro da Saúde do governo ilegítimo – afirmou que não é ministro do Sistema Único de Saúde, mas sim da Saúde, deixando subentendido seu forte compromisso com os planos de saúde privados. O ministro não teve nenhum pudor de defender a expansão da saúde privada como forma de reduzir os gastos do governo com o Sistema Único de Saúde. 

Não resta dúvida, portanto, que o governo ilegítimo, provisório e biônico do peemedebista Michel Temer aderiu à lógica do Estado mínimo e pretende sucatear e privatizar o Sistema Único de Saúde, que mesmo com todos os seus problemas atende gratuitamente milhões de brasileiras e brasileiros, tanto através da rede de atenção básica, das unidades de pronto atendimento (UPAS) e dos serviços hospitalares quanto através de programas especiais como o Mais Médicos, SAMU e Farmácia Popular. Impedir a mercantilização da saúde pública é impedir a mercantilização da vida, por isso não podemos de maneira nenhuma fingir que nada está acontecendo. 

Mais do que nunca é preciso denunciar o que está por trás do golpe de Estado em curso no Brasil, deixar claro que não tem nada a ver com pedalada fiscal nem com decreto de crédito suplementar. O que eles querem de fato é controlar as investigações da Operação Lava Jato e terminar o trabalho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: vender o Brasil. 

A resposta aos que querem transformar a saúde pública em mercadoria foi imediata. Ainda na quarta-feira (06/07), mais de 5 mil pessoas ocuparam as ruas de Brasília na 2ª Marcha em Defesa da Saúde, da Seguridade Social e da Democracia. Uma única convicção atravessava corações e mentes dos manifestantes: derrotar o golpe de Estado em curso no Brasil é a única forma de defender o Sistema Único de Saúde e os direitos sociais. Como disse a presidenta Dilma Rousseff em carta enviada ao Senado Federal, “quando se está do lado certo da história e se empunha uma bandeira justa, nunca se deve renunciar à uma boa luta, por mais difícil que ela seja”. 

 

Fonte: Novo Jornal

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