Governadores do Nordeste repudiam ataque à ordem democrática

Governadores do Nordeste repudiam ataque à ordem democrática

Os nove governadores do Nordeste reagiram contra a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, anunciada na última quarta-feira (2) pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Reunidos em Teresina (PI), os governadores repudiaram a “absurda tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional”.

Robinson Farias (PSD–RN), Flavio Dino (PCdoB–MA), Ricardo Coutinho (PSB–PB), Camilo Santana (PT–CE), Rui Costa (PT–BA), Paulo Câmara (PSB–PE), Wellington Dias (PT–PI), Jackson Barreto (PMDB–SE) e Renan Filho (PMDB–AL) divulgaram um manifesto no qual apontam os “propósitos puramente pessoais, em claro e evidente desvio de finalidade”, do ato de Eduardo Cunha e lembram que a abertura de um processo de impeachment deve seguir regras constitucionais — o chefe do Executivo teria que ter cometido crime de responsabilidade, o que não é o caso.

Leia a íntegra da nota dos governadores:

“Diante da decisão do Presidente da Câmara dos Deputados de abrir processo de impeachment contra a Exma Presidenta da República, Dilma Roussef, os Governadores do Nordeste manifestam seu repúdio a essa absurda tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional. Gerações lutaram para que tivéssemos plena democracia política, com eleições livres e periódicas, que devem ser respeitadas.

O processo de impeachment, por sua excepcionalidade, depende da caracterização de crime de responsabilidade tipificado na Constituição, praticado dolosamente pelo Presidente da República. Isso inexiste no atual momento brasileiro. Na verdade, a decisão de abrir o tal processo de impeachment decorreu de propósitos puramente pessoais, em claro e evidente desvio de finalidade.

Diante desse panorama, os Governadores do Nordeste anunciam sua posição contrária ao impeachment nos termos apresentados, e estarão mobilizados para que a serenidade e o bom senso prevaleçam. Em vez de golpismos, o Brasil precisa de união, diálogo e de decisões capazes de retomar o crescimento econômico, com distribuição de renda.”

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