Não é o momento adequado para uma reforma da previdência, diz Viana

Não é o momento adequado para uma reforma da previdência, diz Viana

Jorge Viana: “Não é possível que a gente, de novo, tenha um desvio de foco dessa história da crise econômica”O senador Jorge Viana (PT-AC) disse, nesta sexta-feira (19), em plenário, que a conjuntura econômica atual do País mostra que esse não é o momento de realizar uma reforma previdenciária no País. Segundo ele, é clara a intenção de que esse tipo de movimentação atende somente a uma expectativa do mercado financeiro.

“A proposta que estão querendo fazer de previdência é para entrar em vigor daqui dez anos. [Essa reforma] não vai mudar nada do ponto de vista da economia imediatamente. Falam que vai mudar a expectativa do mercado para o futuro”, disse ele, que nesta semana participou, com os colegas de bancada do PT no Senado, de reunião com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, para discutir o assunto.

Além disso, Viana apontou que uma discussão de reforma previdenciária traria de volta à tona para o centro do debate temas como:  seguro defeso, salário do trabalhador rural, se a mulher tem que trabalhar o mesmo tanto que o homem. “Esses são os equívocos. Não é possível que a gente de novo tenha um desvio de foco dessa história da crise econômica”, enfatizou.

O senador apontou que o Brasil conseguiu se desviar da grave crise econômica de 2008, porque Lula, então presidente, “botou mais dinheiro na mão dos pobres”.

“Dinheiro na mão dos pobres vai para onde? Primeiro vai para atender às necessidades de sua família. Por que o Brasil teve um crescimento econômico recorde no governo do Presidente Lula? Porque ele fez políticas sociais e criou condição para que o brasileiro passasse a ser um consumidor, quando ele criou, por exemplo, um programa como o Luz para Todos? As pessoas podiam comprar uma geladeira quando não havia luz elétrica?”, exemplificou.

Para Viana, o caminho para que o Brasil saia da crise econômica em que se encontra, é exatamente o oposto do que se apresenta no momento. “Parece que a agenda que estão propondo para enfrentar uma crise real que aumenta a inflação, que aumenta o desemprego, é dizer: ‘vamos fazer algo para sinalizarmos para o mercado’”, lamentou.

De acordo com o senador, o governo pode melhorar a vida da população, fazer com que os que são a grande maioria tenham dinheiro em sua conta para que possam aquecer a economia e o “tal do mercado seja atendido”.

O parlamentar comemorou a informação, veiculada na imprensa, nesta sexta, de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini tenha dito que “devemos ter uma queda de dois pontos na inflação”.

“Ela [inflação] está perto de dez, se chegar para oito – já agora, nesse trimestre – é uma ótima notícia. E aí ele diz que vai reduzir a taxa de juros. Maravilha”, comemorou.

Rafael Noronha

 

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