Por conta da manifestação contrária do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o Projeto de Lei da Câmara (PLC 180/08) que institui as cotas raciais e sociais em universidades públicas e instituições técnicas de nível médio não pôde ser votado no plenário do Senado, na sessão desta quarta-feira (04/07).
Aloysio assumiu papel que anteriormente era do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), historicamente contrário às cotas raciais. Ao dizer que falava em nome de outros parlamentares, o senador tucano repetiu o tom de seu discurso durante as discussões do projeto de cotas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde afirmou que a fórmula apresentada PLC 180 não seria a mais justa, pois “prejudicaria alunos pobres que não são negros” no acesso ao ensino superior.
Apesar das manifestações do senador Paulo Paim (PT-RS), relator da matéria no plenário, ressaltando a manutenção do texto apresentado pela senadora Ana Rita (PT-ES) na CCJ, o ficou irredutível ao solicitar que a matéria não tramite com regime de urgência e tenha “um amplo debate” na Comissão de Educação (CE), mesmo o projeto tendo sido amplamente discutido na CCJ. Por acordo na CE, a matéria havia seguido direto para o plenário em regime de urgência.
Após a manifestação de Aloysio, o senador Paim pediu a palavra e informou que retiraria o PLC da pauta de votações da sessão desta quarta, devido à manifestação de outros senadores que gostariam de discutir de forma mais aprofundada a matéria no plenário.
A presidenta da sessão, senadora Marta Suplicy (PT-SP), se comprometeu a abrir a sessão da próxima quinta-feira (05/07) para que senadores interessados na matéria possam se posicionar e votar o texto do senador Paim na próxima terça-feira (10/07).