“Se essa decisão não for revertida, os produtores de leite irão à falência. Teremos menos empregos, menos renda, menos arrecadação e mais problemas sociais”. Esse foi o alerta que o senador Paulo Paim (PT-RS) fez, nesta terça-feira (12), acerca da retirada da tarifa antidumping que sobretaxava a importação de leite em pó da União Europeia e da Nova Zelândia.
Por determinação do Ministério da Economia, Paulo Guedes, o Brasil extinguiu a tarifa antidumping que era imposta para tais produtos. Essas tarifas existiam desde 2001 e tinham de ser renovadas até o último dia 6 de fevereiro.
“Os produtores de leite estão em pânico por conta da decisão do Ministério da Economia”, enfatizou o senador. A cadeia produtiva do leite conta, segundo Paim, de forma direta, com mais de 1,2 milhão de agricultores familiares.
A taxa, que existia desde 2001, tinha como objetivo evitar que os grandes produtores nacionais fossem prejudicados pelo aumento na oferta dos produtos de outros países. A própria Confederação Nacional da Agricultura (CNA) vinha, há meses, reforçando a necessidade de manutenção da tarifa de 14,8% na importação do leite em pó europeu e neozelandês.
“O [preço do] leite vai diminuir em 14,8% para o consumidor? Essa história eu conheço, não vai. Os grandes beneficiados serão os atravessadores e as grandes empresas do setor. As decisões governamentais devem ser equilibradas. A indústria e a produção nacional devem ser resguardadas e respeitadas nessas decisões”, disse o senador.
Para Paim, se a intenção do governo fosse realmente baratear o preço do leite ao consumidor interno, bastaria dar aos produtos brasileiros os mesmos subsídios que os produtores europeus recebem.
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