Assuntos Sociais

Exigência de produção de fármacos para doenças mais comuns em populações pobres avança

Texto relatado por Paulo Paim determina que laboratórios públicos deverão produzir componentes para o tratamento de doenças causadas por agentes infecciosos ou parasitas que atingem principalmente populações vulneráveis

Alessandro Dantas

Exigência de produção de fármacos para doenças mais comuns em populações pobres avança

Projeto relatado pelo senador Paulo Paim segue para análise em plenário

Laboratórios farmacêuticos públicos serão obrigados a produzir princípios ativos destinados ao tratamento das doenças determinadas socialmente. Assim decidiu a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) ao aprovar, nesta quarta-feira (14/8), relatório do senador Paulo Paim (PT-RS) ao projeto da Câmara dos Deputados com essa determinação. Agora o texto será analisado pelo plenário. 

O PL 5.331/2023 modifica a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/1990) para definir que os laboratórios públicos com condições técnicas deverão produzir componentes farmacológicos para o tratamento de doenças determinadas socialmente — aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas que atingem principalmente populações vulneráveis. 

A proposta estabelece que o poder público poderá firmar convênios nacionais e internacionais com laboratórios farmoquímicos a fim de transferir tecnologias de produção dos princípios ativos para os laboratórios brasileiros. Laboratórios que não tiverem condições adequadas também poderão estabelecer acordos e projetos para adaptar a produção. As despesas da implementação do projeto serão provenientes do orçamento da Seguridade Social prevista no Ministério da Saúde. 

Se for aprovado como lei, o texto entrará em vigor um ano após sua publicação. 

Em seu voto, o senador Paulo Paim explica que os medicamentos para essas patologias geram baixo lucro para a indústria farmacêutica, o que torna recorrente o risco de desabastecimento para pacientes acometidos. 

“Entre 2017 e 2021, as doenças determinadas socialmente foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil. A gravidade da situação pode ser compreendida quando analisamos, por exemplo, as estatísticas da tuberculose — doença responsável pelo adoecimento de mais de 80 mil pessoas no país, em 2022, conforme edição especial do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde”, aponta o relator. 

As principais doenças determinadas socialmente que ocorrem no Brasil são: hanseníase, febre Chikungunya, esquistossomose, doença de Chagas, leishmanioses, raiva, hidatidose, escabiose (sarna), micetoma e cromoblastomicose. 

Com informações da Agência Senado 

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