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Festa da Penha como manifestação cultural nacional vai à Câmara

Alessandro Dantas

Festa da Penha como manifestação cultural nacional vai à Câmara

Proposta do senador Fabiano Contarato segue para a Câmara dos Deputados

A Festa da Penha, realizada anualmente em Vila Velha (ES) pode ser reconhecida como manifestação da cultura nacional. É o que sugere projeto (PL 3.472/2024), do senador Fabiano Contarato (PT-ES), aprovado na Comissão de Educação (CE) nesta terça-feira (29/10). Caso não haja recurso para análise em plenário, a matéria seguirá para votação na Câmara dos Deputados. 

Na justificativa, Contarato ressalta que a Festa da Penha é um evento católico dedicado à Nossa Senhora da Penha, “que remete à colonização portuguesa” e no qual “é possível perceber seu valor para os capixabas, tendo em vista a continuidade histórica e a transmissão geracional da festa”.

A Festa da Penha é considerada uma das maiores celebrações marianas do país. Foto: Vitor Jubini

O relator, senador Paulo Paim (PT-RS), votou pela aprovação ao reconhecer que a Festa da Penha é a maior festa religiosa do estado do Espírito Santo e a terceira maior festa mariana do Brasil. Para ele, a manifestação é uma representação viva da fusão entre fé e cultura no Brasil, que valoriza as tradições religiosas integrando as festividades ao modo de vida local. Uma demonstração, segundo Paim, de riqueza cultural que, embora profundamente enraizada no catolicismo, é também aberta à diversidade e à mistura de influências. 

“No caso da Festa da Penha, essa conexão é visível não apenas nas cerimônias religiosas, mas também nas expressões culturais que envolvem o evento. A procissão dos fiéis, a subida ao convento, as missas e as novenas, bem como a música e o folclore local, são elementos que compõem um mosaico de experiências que ultrapassam o âmbito religioso e adentram o campo da cultura nacional”, diz o relatório.

Celebração mariana

A Festa da Penha é considerada uma das maiores celebrações marianas (em homenagem a Maria, mãe de Jesus) do país. A festa teria sido celebrada pela primeira vez em 1571, quando foi idealizada por Frei Pedro Palácios, fundador do Convento da Penha.

O evento, que se inicia no domingo de Páscoa e se estende até o oitavo dia após a Páscoa, integra diversos aspectos da cultura e da religiosidade locais. Cada edição é marcada por um tema específico e apresenta uma variedade de eventos, incluindo procissões marítimas, romarias temáticas e apresentações culturais.

Contarato cita na justificação a estimativa de que, na edição de 2024, houve a participação de aproximadamente 2,7 milhões de fiéis católicos. Ele também menciona a estimativa de que a missa final da festa, realizada no Parque da Prainha e celebrada pelo arcebispo da Arquidiocese de Vitória, Dom Dario Campos, reuniu mais de 250 mil pessoas.

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