segurança pública

Projeto de Paulo Paim coloca fim aos autos de resistência, utilizados por maus policiais

Texto prevê a apuração mais rigorosa de mortes durante ações policiais

Alessandro Dantas

Projeto de Paulo Paim coloca fim aos autos de resistência, utilizados por maus policiais

Senador Paulo Paim reapresenta proposta quase oito anos após a CPI do Assassinato de Jovens

O senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou um projeto de lei com o intuito de buscar a redução das incertezas na apuração de mortes violentas durante ações policiais.

O Projeto de Lei (PL 1557/2025), reapresentado pelo parlamentar após quase oito anos da realização da CPI do Assassinato de Jovens, torna obrigatória a autópsia e exames internos nos casos em que ocorrer morte violenta em operações que contarem com a participação de agentes do Estado.

Além disso, prevê a instauração de inquérito policial para apurar a relação entre o uso excessivo de força e lesões provocadas em terceiros, em ações de prisão em flagrante ou em cumprimento de ordem judicial.

Na avaliação de Paim, a proposta pode acabar com a impunidade decorrente dos autos de resistência, nos quais a legítima defesa por parte do agente policial é presumida automaticamente.

“De forma bastante simplificada, o projeto cria a obrigação – e não a faculdade – de os peritos se utilizarem de todos os exames e técnicas existentes para a devida apuração do fato criminoso e sua autoria”, explica o senador.

À época, a CPI constatou que grande parte dos homicídios decorrentes de intervenção policial na cidade do Rio de Janeiro simplesmente não eram submetidos a exame pericial, havendo claros indícios de manipulação da cena dos crimes pelos policiais militares investigados.

Era comum, aponta o senador Paulo Paim, inexistir perícia do local de crime e mesmo exame necroscópico realizado de forma correta.

“A inexistência de exames periciais resultava na impunidade de centenas de mortes de jovens. Ao invés de um inquérito policial devidamente instaurado, o assassinato dos referidos jovens era relegada aos malfadados autos de resistência, cuja legítima defesa do agente policial era praticamente presumida”, lembra Paim.

A proposta aguarda despacho da Mesa Diretora do Senado para iniciar a tramitação pelas comissões.

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