DNA golpista

CPMI do Golpe tem como primeiro alvo cúpula do governo Bolsonaro

Requerimentos de convocação de Anderson Torres, Mauro Cid, Augusto Heleno e Braga Netto estão entre os 285 a serem analisados nesta terça (13)

Fabiano Contarato durante reunião da CPMI do Golpe

CPMI do Golpe tem como primeiro alvo cúpula do governo Bolsonaro

Foto: Alessandro Dantas

A convocação de ex-ministros e ex-assessores que atuavam lado a lado com o ex-presidente Bolsonaro está sendo tratada como prioridade absoluta da CPMI do Golpe, que analisa nesta terça-feira (13/6) 285 requerimentos.

Apesar da quantidade, há muitas sugestões idênticas. A convocação do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, por exemplo, é sugerida por 18 integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, entre eles os senadores Fabiano Contarato (ES), líder do PT no Senado, e Rogério Carvalho (SE).

Torres era secretário de Segurança do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, quando a turba bolsonarista invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes, em Brasília, com flagrante anuência das forças policiais do DF, responsáveis pela segurança dos prédios.

Outro recordista de pedidos de convocação é Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, com 12 requerimentos, incluindo de Contarato e Rogério.

A participação do faz-tudo de Bolsonaro na trama golpista é cada vez mais evidente e comprometedora para o ex-chefe. Torres ficou quatro meses preso pela Polícia Federal, acusado de omissão no ataque terrorista de 8 de janeiro, e foi solto no início de maio.

Cid está preso desde o início de maio sob acusação de ajudar a organizar a tentativa de golpe. Ambos detinham minutas de documentos destinados a legalizar ações autoritárias que impediriam a posse do então presidente eleito Lula para manter no cargo o candidato derrotado nas urnas.

Também deverão ser chamados a depor o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa Braga Netto.

Escalada violenta

A CPMI mira ainda a escalada dos ataques à democracia, em especial os eventos terroristas de 12 e de 24 de dezembro de 2022.

No dia 12, data da diplomação, pelo TSE, dos eleitos em 30 de outubro, incluindo o presidente Lula, a sede da Polícia Federal foi alvo de ataques de bolsonaristas que integravam o grupo estabelecido no acampamento em frente ao QG do Exército, em Brasília.

No dia 24, uma tentativa de atentado a bomba nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília foi frustrada graças ao motorista de um caminhão-tanque. Ao vistoriar o veículo, ele identificou um artefato deixado na carroceria e avisou a polícia, evitando uma tragédia.

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