governo causou mortes

Ex de Pazuello reforça crimes cometidos pelo governo na pandemia

Andrea Barbosa afirma ter presenciado a distribuição de medicamentos ineficazes por parte do governo em Manaus
Ex de Pazuello reforça crimes cometidos pelo governo na pandemia

Foto: Fernando Crispim/Agência Amazônia Real

Andrea Barbosa, ex-mulher de Eduardo Pazuello, reforçou os achados da investigação realizada pela CPI da Covid. Por meio de seu instagram, ela destacou que a gestão de Jair Bolsonaro usou a situação de Manaus, durante o período mais crítico da pandemia, como “laboratório de teste de imunidade de rebanho”.

Bolsonaro era adepto da tese da contaminação em massa da população pelo novo coronavírus para que, por meio dessa exposição, fossem obtidos os anticorpos necessários para se combater a Covid-19. Manaus enfrentou um colapso no sistema de saúde por falta de oxigênio para os pacientes internados pela Covid-19.

“Como denunciamos na CPI da Covid, a capital do Amazonas foi transformada em um laboratório para matar pessoas com medicamentos ineficazes, que foram levados para lá por uma equipe do governo, a despeito de todo o quadro de caos já conhecido. O resultado, como todos vimos, foi uma das páginas mais tristes da história do Brasil”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) e membro titular da CPI.

Andrea relatou que estava na capital do Amazonas durante a crise de falta de abastecimento de oxigênio e presenciou a prescrição de cloroquina para a população, até mesmo para mulheres grávidas, por meio do TrateCov, aplicativo criado pelo governo para gerar diagnósticos automaticamente. O serviço foi retirado do ar após denúncias de que os medicamentos do chamado ‘kit covid’ eram receitados independentemente dos sintomas inseridos no sistema.

“Eu estava lá quando milhares de caixões eram enterrados em valas porque no cemitério já não tinha espaço e o presidente dizia que não era coveiro e, portanto, não tinha nada com isso. Eu vi gente que tinha muito dinheiro morrer sem oxigênio”, relatou.

Ana Paula Sóter, médica sanitarista e doutora em saúde coletiva, afirma ter ficado “evidente” que o governo Bolsonaro influenciou de maneira determinante o comportamento da população amazonense e levou àquelas pessoas ao risco de morte com a exposição ao vírus da Covid-19.

“A tese do Presidente da República era conferir imunidade às pessoas a partir da larga contaminação da população com o coronavírus e desenvolvimento da doença. Para corroborar essa tese, a população foi estimulada a circular livremente com a falsa promessa de medicamentos para todos que preveniriam a doença e diminuiriam os sintomas e a gravidade da doença. A CPI evidenciou em Manaus um conjunto de ações criminosas, racionalmente planejadas na perspectiva de ‘testar’, de maneira perversa e sem considerar as vidas que poderiam ser perdidas”, avaliou a especialista.

Vítimas da Prevent Sênior pedem providências ao STF
As vítimas da empresa Prevent Sênior acionaram o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, com petição na qual detalham como as pessoas foram sacrificadas em prol da aliança política entre a empresa e Bolsonaro.

O processo ajuizado no STF visa investigar a prática de crime de charlatanismo. Considerando as notícias falsas divulgadas pelo atual presidente em conluio com a Prevent Senior, as vítimas da empresa solicitam de Luiz Fux providências já que familiares faleceram em decorrência da prescrição de medicamentos ineficazes que agravaram o quadro clínico e até mataram os pacientes internados no hospital da Prevent Sênior.

A ideia era manter uma narrativa, usada por aliados de Bolsonaro, à época, da existência de um falso tratamento milagroso contra a Covid-19.

Entre os casos comentados na documentação enviada ao STF, estão provas de como Luciano Hang utilizou a morte da própria mãe para propagar notícias falsas autorizando que ela fosse submetida a todo tipo de experimentos.

A CPI descobriu durante as investigações que a operadora chegou a alterar o prontuário de pacientes com Covid para excluir o diagnóstico dos registros.

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