preço dos combustíveis

Governo vai investigar aumento oportunista dos combustíveis

Secretaria Nacional do Consumidor vai apurar alterações abruptas de valor no preço dos combustíveis registradas no primeiro dia do ano. Senadores apontam ausência de fato novo que justifique aumento de valores ao consumidor
Governo vai investigar aumento oportunista dos combustíveis

Foto: Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que o governo federal vai investigar os postos de combustível que aumentaram o preço da gasolina desde o último domingo, primeiro dia do ano. Durante o evento de sua posse, Dino informou que já determinou ao secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, que apure as eventuais alterações nos preços dos combustíveis nas bombas.

“Já orientei o Wadih para verificar os aumentos irrazoáveis, imoderados, dos combustíveis que vemos hoje, uma vez que não há razão objetiva”, afirmou Dino. “Não houve aumento na Petrobras e não há base empírica para haver essa descoordenação em relação a preços”, continuou.

Durante a solenidade de posse do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado para a presidir a Petrobras, destacou a inexistência de fato que justifique o abrupto aumento dos combustíveis verificado nas primeiras horas do último domingo.

“Não há nenhuma razão para aumento dos combustíveis. Qual é a razão que haveria? Aconteceu aumento de imposto? Não. Quem estiver aumentando preço de gasolina está sendo oportunista ou fazendo ação política, que é bem pior”, criticou.

A senadora eleita Teresa Leitão (PT-PE) também criticou a atitude de donos de postos de combustíveis verificada no primeiro dia do ano e apontou a iniciativa como tentativa de empresários desgastar a imagem do governo Lula junto à população. “Certamente a intenção desses donos de postos é colocar a culpa do aumento no novo governo. Não vai colar”, destacou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou a Medida Provisória (MP 1157/2023) que prorroga a desoneração de tributos federais sobre combustíveis. As alíquotas de PIS/Cofins incidentes sobre óleo diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo ficam reduzidas a zero até 31 de dezembro deste ano. A cobrança dos dois tributos sobre gasolina e álcool fica suspensa até 28 de fevereiro.

De acordo com Jean Paul, a medida permitirá ao governo estudar uma nova política de preços dos combustíveis da empresa que possa proteger a população das oscilações do mercado internacional.

“[A MP] vai dar uma tranquilidade muito grande para gente. Com isso, ganhamos tempo para tomar posse na Petrobras, olhar o consenso do setor de petróleo, e o próprio preço do barril no mercado internacional, já que a tendência é ele distensionar em função do término do inverno no hemisfério norte”, avaliou. “A desoneração foi medida eleitoreira, com um gatilho para que acabasse na virada do governo, por isso a necessidade de prorrogação”, complementou.

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