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Prévia da inflação cai e reforça pressão contra juros do Banco Central

Melhora dos índices eleva expectativa de uma redução da Selic que corresponda tanto ao cenário favorável da economia quanto à urgência da medida

Site do PT

Prévia da inflação cai e reforça pressão contra juros do Banco Central

O IPCA-15 acumula alta de 3,09% e, em 12 meses, de 3,19%, abaixo dos 3,40% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, caiu 0,07% em julho, sobre alta de 0,04% no mês anterior, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na terça-feira (25). Esse resultado se soma a vários outros para comprovar o descabimento e a irresponsabilidade do bolsonarista Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em manter a taxa básica de juros (Selic) no extorsivo patamar de 13,75% ao ano, o maior do mundo e que faz a festa do rentismo, com sérios prejuízos ao setor produtivo brasileiro.

Em 2023, segundo o IBGE, o IPCA-15 acumula alta de 3,09% e, em 12 meses, de 3,19%, abaixo dos 3,40% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2022, a taxa foi de 0,13%.

O resultado de julho foi influenciado pelas quedas de Habitação (-0,94%) e Alimentação e bebidas (-0,40%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,09 p.p, respectivamente.

A queda do grupo Alimentação e bebidas (-0,40%) se deve, principalmente, à deflação da alimentação no domicílio (-0,72%), que já havia recuado em junho. Destacam-se as quedas do feijão-carioca (-10,20%), óleo de soja (-6,14%), leite longa vida (-2,50%) e das carnes (-2,42%). No lado das altas estão a batata-inglesa (10,25%) e o alho (3,74%). A alimentação fora do domicílio (0,46%) acelerou em relação ao mês anterior (0,29%), em virtude da alta mais intensa do lanche (0,34% em junho para 1,02% em julho). A refeição (0,17%) desacelerou na comparação com o IPCA-15 de junho (0,28%).

Os preços de Artigos de residência (-0,40%) e Comunicação (-0,17%) também recuaram. No grupo Habitação (-0,94%), destaca-se a queda da energia elétrica residencial (-3,45% e -0,14 p.p.), por conta da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de julho.

No lado das altas, o maior impacto (0,13 p.p.) e a maior variação (0,63%) vieram de Transportes. Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Vestuário e o 0,38% de Despesas Pessoais.

Novas cobranças

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para 1º e 2 de agosto, quando consumidores, empresários, investidores, parlamentares, integrantes do governo, entre outros, estarão, mais uma vez, na expectativa de uma redução da Selic que corresponda tanto ao cenário favorável da economia quanto à urgência da medida.

O líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), engrossou o coro dos que defendem que o presidente do Banco Central peça para sair. “Campos Neto deveria estar mais preocupado em reduzir a taxa de juros do Brasil do que terceirizar as reservas internacionais do Banco Central. Se não tem capacidade para gerir recursos fundamentais para a credibilidade do país no exterior, entregue o cargo”, afirmou o senador, no Twitter.

Na publicação, Contarato compartilhou uma matéria jornalística sobre a investigação aberta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para apurar mais um golpe de Campos Neto contra a economia e a soberania do país: o bolsonarista deu declarações de que pretende transferir a gestão das reservas internacionais do país para a gestora de fundos americana BlackRock. Atualmente, esses ativos somam US$ 380 bilhões – desse total, US$ 22 bilhões foram acrescidos nos últimos seis meses.

O pedido de investigação no TCU foi feito pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, para quem o plano do bolsonarista, caso concretizado, prejudicaria a capacidade do Brasil de honrar compromissos financeiros. No documento, ele pede “a adoção das medidas necessárias a apurar os indícios de irregularidades noticiados a despeito do interesse do atual presidente do Banco Central em terceirizar a gestão de ativos do Banco Central, especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil”.

Na visão de Furtado, a interferência de uma gestora privada como a BlackRock, que administra trilhões de dólares de empresas pelo mundo, colocaria, portanto, a soberania brasileira em risco. “Diante de todos os riscos, no meu entender, é inadmissível terceirizar a gestão de ativos do BC, especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil. A referida possibilidade reclama, pois, a obrigatória e pronta atuação do TCU, de forma a se determinar a detida e minuciosa apuração dos fatos”, apontou o subprocurador-geral.

A gravidade da traição de Campos Neto ao Brasil terá outros desdobramentos. A deputada Gleisi Hoffmann anunciou que a recente manobra do bolsonarista também será incluída no pedido encaminhado ao Senado Federal por nove partidos para que a Casa investigue a conduta do presidente do BC. “E ainda tem a tal distorção de R$1 trilhão nas contas do BC sob apuração do TCU”, lembrou Gleisi, pelo Twitter. “É tudo muito grave”.

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