Paulo Paim: deputados a favor do golpe não sabiam o que estavam votando

Paulo Paim: deputados a favor do golpe não sabiam o que estavam votando

Paim criticou proposta retrógada do PMDB para o País, que classifica como ‘Ponte para o Inferno’A votação da continuidade ou não do processo de impeachment contra Dilma, no plenário da Câmara, no domingo (17), deveria ter mostrado finalmente quais os argumentos golpistas contra uma presidenta legitimamente eleita. O que ocorreu, no entanto, foram discursos que trataram de tudo – principalmente de lembranças a familiares –, menos das acusações contra a chefe do Executivo, segundo o senador Paulo Paim (PT-RS). Em discurso ao plenário, ele lembrou que essa sessão virou chacota na imprensa internacional.

“É só pegar os principais veículos de comunicação do mundo. Tem um que chega a dizer que uma gangue vai assaltar o Brasil afastando uma presidenta que, até o momento, não há nada que diga que ela roubou alguma coisa”, disse o senador, nesta segunda-feira (18).

Paim lembrou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que conduziu a votação, ficou em silêncio ao ser chamado de canalha e covarde – e, segundo o senador, “quem cala consente”. Ele também questionou a idoneidade de quem votou favorável ao golpe.

“Peguem a história desses votantes. Peguem a ficha corrida dos que capitaneiam o golpe, se o povo brasileiro merece isso. Não merece”, exclamou o senador.

‘Ponte para o Inferno’

A proposta retrógada do PMDB para o País, chamada “Ponte para o Futuro”, também foi alvo de críticas pesadas do senador Paim. Ele chamou a iniciativa de “Ponte para o Inferno”, tamanho é o atentando que pretende promover aos direitos trabalhistas e previdenciários conquistados a duras penas pelos brasileiros.

“Se está ruim agora para os aposentados, vocês verão se isso se consumar. Se está ruim para os servidores públicos – e eu vou dialogar com eles, – vocês verão como é que vai ficar daqui para a frente”, disse Paim.

Eleições diretas

No discurso, o senador petista ainda defendeu uma proposta de novas eleições presidenciais. Ele lembrou que, mesmo havendo quem defenda e quem seja contra Dilma, um fator unifica a todos: a rejeição ao vice-presidente Michel Temer e ao deputado Eduardo Cunha.

Paim chamou o parlamento a um diálogo maduro na defesa de um novo pleito. “Por que não unimos o povo brasileiro em cima da palavra “democracia”, diretas já? Nem um, nem outro”, propôs.

 

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