Medida Provisória

Governo edita proposta para regulamentar apostas esportivas

Para líder do PT no Senado, Medida Provisória que será analisada pelo Congresso preenche lacuna importante nesse mercado no país

Agência Brasil

Governo edita proposta para regulamentar apostas esportivas

Medida será analisada pela comissão mista, antes de passar por votações nos plenários da Câmara e do Senado.

Um mercado com crescimento exponencial no Brasil nos últimos anos começa a ter sua atuação regulamentada em solo nacional. O governo Lula publicou nesta terça-feira (25/7) a Medida Provisória 1182/23, que regulamenta a exploração das apostas de quota fixa, conhecidas como bets.

O texto traz regras para evitar manipulação dos jogos e destina parte da arrecadação para áreas sociais. A MP altera a Lei 13.756/18, que regulamenta a exploração de loterias.

Na avaliação do senador Fabiano Contarato (ES), líder do PT no Senado, a proposta preenche uma lacuna importante nesse mercado de apostas esportivas no país: a cobrança de impostos e a regulamentação da atividade, evitando manipulações e fraudes.

“O que temos hoje é um mercado de apostas esportivas operando plenamente sem regulamentação própria e sem recolher aos cofres públicos tributo específico pela atividade, de modo que o Estado não pode ficar omisso”, afirmou. “Se as empresas querem realizar as atividades, devem fazer dentro de normas estabelecidas e duramente fiscalizadas, como qualquer outro segmento”, completou Contarato.

Junto com a MP foi enviado ao Congresso Nacional um projeto de lei que trata da estrutura e dos processos administrativos para fiscalização desse mercado de apostas esportivas.

A medida provisória, além de formalizar uma área de interesse público, abrindo uma nova fonte de receita para o Estado, também busca garantir segurança aos apostadores.

A MP estabelece que, do valor da arrecadação com os jogos, serão descontados o prêmio e o imposto de renda incidente sobre a premiação. O restante será distribuído para as empresas de apostas (82%) e para: contribuição da seguridade social (10%); educação básica (0,82%); Fundo Nacional de Segurança Pública (2,55%); Ministério do Esporte (3%); e clubes e atletas associados às apostas (1,63%).

“Com a cobrança dos impostos, a previsão é de que a arrecadação do governo chegue a cerca de R$ 2 bilhões por ano, recursos que podem ser usados para investimentos em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação”, enfatizou o líder do PT no Senado.

Autorização

A regulamentação da atividade será feita pelo Ministério da Fazenda, que também vai autorizar o funcionamento das bets, em meio físico ou virtual (apostas por meio de sites e apps), e fixar o valor da autorização (outorga). Poderão solicitar autorização pessoas jurídicas nacionais ou estrangeiras estabelecidas no território nacional.

O texto prevê suspensão e multas para as empresas que funcionarem sem autorização ou descumprirem normas regulatórias. As multas poderão variar entre 0,1% e 20% sobre a arrecadação da empresa, com limite de R$ 2 bilhões, por infração.

A MP estabelece ainda que as empresas de apostas deverão promover ações informativas e preventivas de conscientização de apostadores e de prevenção do transtorno do jogo patológico.

Prêmios que não forem retirados em até 90 dias serão revertidos para o Financiamento Estudantil (Fies), até 2028. Após essa data, os recursos irão para o Tesouro Nacional.

Tramitação

A MP 1182/23 será analisada inicialmente pela comissão mista destinada a analisar o texto proposto pelo governo. Depois passará por votações nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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