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Projeto para facilitar envio de recursos ao RS é aprovado pelo Senado

Texto proposto pelo governo Lula dá aval para que a União faça despesas e renúncias fiscais em favor do Rio Grande do Sul sem descumprir regras sobre limite de gastos

Alessandro Dantas

Projeto para facilitar envio de recursos ao RS é aprovado pelo Senado

Paulo Paim falou das dificuldades enfrentadas pela população de seu estado durante defesa do projeto

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (7/5) o projeto de decreto legislativo (PDL 236/2024) reconhecendo estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul até 31 de dezembro de 2024. A proposta, que na prática permite acelerar o envio de recursos para socorro ao estado, foi assinada pelo presidente Lula na tarde de ontem, e, à noite, aprovada pela Câmara dos Deputados. Agora resta a promulgação para o texto entrar em vigor. 

“Para que o governo federal possa expandir seus gastos ou criar incentivos fiscais para cumprir sua obrigação de prestar assistência aos gaúchos nesse momento trágico pelo qual passa o Rio Grande do Sul, é essencial que o Congresso Nacional reconheça o estado de calamidade”, defendeu o senador Paulo Paim (PT-RS). 

A matéria reconhece a ocorrência do estado de calamidade pública em parte do território nacional, para atendimento às consequências derivadas de eventos climáticos no estado do Rio Grande do Sul.  

O projeto dá aval para que a União faça despesas e renúncias fiscais em favor do Rio Grande do Sul sem precisar cumprir regras sobre limite de gastos. Flexibiliza ainda regras para contratação de serviços e compra de produtos por parte do poder público. 

Rio Grande do Sul necessitará de muitos recursos para reconstruir cidades afetadas, destaca líder Beto Faro. Foto: Alessandro Dantas

“Esse decreto é extremamente necessário para que o governo Lula possa agilizar a liberação de recursos. Até porque o processo de reconstrução das áreas atingidas necessitará de muitos recursos”, destacou o líder do PT no Senado, Beto Faro (PA).   

O projeto ainda autoriza a União a não computar, para a meta de resultado fiscal, exclusivamente as despesas autorizadas por meio de crédito extraordinário e as renúncias fiscais necessárias ao enfrentamento dessa calamidade pública e de suas consequências sociais e econômicas. O dinheiro usado nessa finalidade também não estará sujeito à limitação de empenho (contingenciamento). 

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que não “medirá esforços” para dar dignidade ao povo gaúcho e, de alguma forma, mitigar os danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. 

Senador Fabiano Contarato presta solidariedade ao povo gaúcho. Foto: Alessandro Dantas

Para viabilizar a aplicação dos recursos nas operações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento dos serviços essenciais e ações de reconstrução da infraestrutura pública e privada destruídas, outras limitações previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) serão dispensadas:  

  • compensação da ampliação de incentivo ou de benefício de natureza tributária por meio de cortes de despesas ou aumento de receita;  
  • estimativa de impacto orçamentário e financeiro e compatibilidade com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias;  
  • estimativa de despesas e a origem dos recursos para aumento de despesas de caráter continuado;  
  • proibição de realização de operação de crédito entre ente da Federação e fundo, fundação ou empresa estatal de outro ente;  
  • proibição de captar recursos a título de antecipação de receita, de receber antecipadamente valores de empresa estatal ou de assumir compromissos com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços;  
  • no caso de prefeituras, a proibição de contrair despesas nos últimos oito meses do mandato que não possam ser cumpridas integralmente dentro do mandato ou sem dinheiro em caixa para pagar parcelas futuras;  
  • observância de prazos para reenquadramento de despesas com pessoal acima dos limites da LRF; e  
  • observância de prazos para reconduzir a dívida consolidada aos limites estabelecidos.  

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Comissão Externa 

O senador Paulo Paim assumiu a presidência da Comissão Externa do Senado para tratar da tragédia climática no RS. A comissão tem por objetivo centralizar e apresentar propostas legislativas de ajuda ao estado, acompanhar e fiscalizar os recursos destinados, além de primar pelo respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos.  

“O Brasil carece de um planejamento robusto de curto, médio e longo prazo para prevenção e precaução de acidentes climáticos, a ser incorporado como política de Estado. Esse é um problema de todos nós”, destacou o senador nas redes sociais. 

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